Melhores baixistas de jazz de todos os tempos, doctajazz brasil

Melhores baixistas de jazz de todos os tempos: breve biografia, discos para ouvir

O baixo elétrico é um dos instrumentos mais importantes do jazz contemporâneo e moderno; seu acompanhamento é indispensável para que os solistas sigam os movimentos harmônicos da composição.

No entanto, há baixistas que ultrapassaram a linha de serem apenas músicos de acompanhamento para se tornarem verdadeiros protagonistas, levando a presença do baixo elétrico no jazz a outro nível. Esta é a lista desses lendários baixistas de todo o mundo.

Melhores baixistas de jazz de todos os tempos
Melhores baixistas de jazz

Lista dos melhores baixistas de jazz da história

Cada um desses músicos deve ser ouvido e apreciado em plenitude:

Jaco Pastorius

John Francis Anthony “Jaco” Pastorius III foi um baixista de jazz americano que foi membro da banda Weather Report de 1976 a 1981. Trabalhou com Pat Metheny e Joni Mitchell, e gravou discos solo e como líder de banda. Seu estilo no baixo incluía funk, solos líricos, acordes no baixo e harmônicos inovadores.

Discografia solo:

  • Jaco (Improvising Artists)
  • Jaco Pastorius (Epic)
  • Word of Mouth (Warner Bros.)
  • Invitation (Warner Bros.)

Discografia com Weather Report:

  • Black Market
  • Heavy Weather
  • Mr. Gone
  • 8:30
  • Night Passage
  • Weather Report
  • Live and Unreleased
  • Forecast: Tomorrow
  • The Legendary Live Tapes: 1978-1981

John Patitucci

John James Patitucci nasceu no Brooklyn, Nova York, em 22 de dezembro de 1959. Aos 12 anos comprou seu primeiro baixo e decidiu seguir carreira musical. Cita como influências os álbuns de Oscar Peterson com Ray Brown e de Wes Montgomery com Ron Carter. Para o desenvolvimento do ritmo, destaca o tempo passado com Danilo Pérez, um pianista do Panamá.

Discografia solo:

  • John Patitucci (GRP, 1987)
  • On the Corner (GRP, 1989)
  • Sketchbook (GRP, 1990)
  • Heart of the Bass (Stretch, 1992)
  • Another World (GRP, 1993)
  • Mistura Fina (GRP, 1995)
  • One More Angel (Concord, 1997)
  • Now (Concord, 1998)
  • Imprint (Concord, 2000)
  • Communion (Concord, 2001)
  • Songs, Stories & Spirituals (Concord, 2003)
  • Line by Line (Concord, 2006)
  • Remembrance (Concord, 2009)
  • Brooklyn (Three Faces, 2015)
  • Soul of the Bass (2019)

Victor Wooten

Victor Lemonte Wooten é um baixista norte-americano, produtor de discos, educador e vencedor de cinco prêmios Grammy. Tem sido o baixista do Béla Fleck and the Flecktones desde a formação do grupo em 1988 e membro da banda SMV com outros dois baixistas, Stanley Clarke e Marcus Miller. Desde 2017, toca baixo para a banda de metal Nitro. É dono da Vix Records, que publica seus álbuns. Ele escreveu a novela “The Music Lesson: A Spiritual Search for Growth Through Music”.

Discografia solo:

  • A Show of Hands (Compass, 1996)
  • What Did He Say? (Compass, 1997)
  • Yin-Yang (Compass, 1999)
  • Live in America (Compass, 2001)
  • Soul Circus (Vanguard, 2005)
  • Palmystery (Heads Up, 2008)
  • A Show of Hands (Vix, 2011)
  • The Music Lesson (Vix, 2011)
  • Words & Tones (Vix, 2012)
  • Sword & Stone (Vix, 2012)
  • Trypnotyx (Vix, 2017)

Richard Bona

Bona Pinder Yayumayalolo nasceu em Minta, Camarões, em uma família de músicos, o que lhe permitiu começar a aprender música desde muito jovem. Seu avô era um griot — um cantor de louvores, contador de histórias da África Ocidental e percussionista — e sua mãe era cantora. Como não tinha muito dinheiro, Bona fabricou muitos de seus próprios instrumentos, incluindo flautas e guitarras.

Seu talento foi rapidamente notado, e ele foi frequentemente convidado a se apresentar em festivais e cerimônias. Bona começou a aprender a tocar guitarra aos 11 anos e, em 1980, com apenas 13 anos, formou seu primeiro conjunto para um clube de jazz francês em Douala. O proprietário tornou-se seu amigo e o ajudou a descobrir a música de jazz, especialmente a de Jaco Pastorius, o que inspirou Bona a focar no baixo elétrico.

Discografia solo:

  • Scenes from My Life
  • Reverence
  • Munia
  • Toto Bona Lokua
  • Tiki
  • The Ten Shades of Blues
  • Bonafied
  • Heritage

Marcus Miller

Marcus Miller é um compositor, produtor e multi-instrumentista de jazz americano, mais conhecido como baixista. Ele trabalhou com o trompetista Miles Davis, o pianista Herbie Hancock, o cantor Luther Vandross e o saxofonista David Sanborn, entre outros.

Discografia solo:

  • Suddenly (Warner Bros.)
  • Marcus Miller (Warner Bros.)
  • The Sun Don’t Lie (Dreyfus Jazz)
  • Tales (Dreyfus Jazz)
  • M² (Telarc)
  • Silver Rain (Koch)
  • Free (3 Deuces)
  • Marcus (Concord)
  • Thunder (Heads Up) – com SMV
  • The Other Tapes (Dreyfus Jazz)
  • Renaissance (Dreyfus Jazz)
  • Afrodeezia (Victor)
  • Laid Black (Blue Note)

Gary Willis

Gary Willis é um baixista e compositor americano conhecido principalmente como cofundador da banda de jazz fusion Tribal Tech. Além de seu trabalho no Tribal Tech, Willis colaborou com muitos outros músicos de jazz, incluindo Wayne Shorter, Dennis Chambers e Allan Holdsworth.

Discografia solo:

  • Larger Than Life
  • Retro
  • Tribal Tech X
  • Slaughterhouse3
  • Actual Fiction
  • Shaman
  • Bent
  • No Sweat

Stanley Clarke

Stanley Clarke é um baixista americano, compositor de trilhas sonoras e membro fundador da banda Return to Forever, uma das primeiras bandas de fusion jazz. Clarke deu ao baixo uma proeminência que ele não tinha na música relacionada ao jazz.

Discografia solo e recomendados:

  • Return to Forever (ECM, 1972)
  • Romantic Warrior (Columbia, 1976)
  • Children of Forever (Polydor, 1973)
  • Stanley Clarke (Nemperor, 1974)
  • Journey to Love (Nemperor, 1975)
  • School Days (Nemperor, 1976)
  • Modern Man (Nemperor, 1978)
  • I Wanna Play for You (Nemperor, 1979)
  • Rocks, Pebbles and Sand (Epic, 1980)
  • Let Me Know You (Epic, 1982)
  • Time Exposure (Epic, 1984)
  • Find Out! (Epic, 1985) as The Stanley Clarke Band
  • Hideaway (Epic, 1986)
  • If This Bass Could Only Talk (Portrait, 1988)
  • Live 1976–1977 (Epic, 1991)
  • Passenger 57 (Epic, 1992)
  • East River Drive (Epic, 1993)
  • At the Movies (Epic, 1995)
  • The Bass-ic Collection (Sony, 1997)
  • 1, 2, to the Bass (Sony, 2003)
  • Standards (Kind of Blue, 2006)
  • The Toys of Men (Heads Up, 2007)
  • The Stanley Clarke Band (Heads Up, 2010) as The Stanley Clarke Band, with Hiromi, Ruslan, Ronald Bruner, Jr.
  • Up (Mack Avenue, 2014) as The Stanley Clarke Band
  • The Message (Mack Avenue, 2018) as The Stanley Clarke Band

Victor Bailey

Victor Bailey foi reconhecido como um dos melhores baixistas do mundo, tendo feito turnês e gravações com artistas tão diversos como Joe Zawinul, Wayne Shorter, Michael Brecker, Mary J. Blige, LL Cool J, Lady Gaga e Madonna. Ele também é um compositor prolífico, produtor e líder de banda. Seu grupo “Victor Bailey Group” e sua banda “Victor Bailey V-Bop!” são constantemente requisitados em todo o mundo, e ele mantém uma agenda de turnês e gravações intensa.

Discografia solo:

  • Bottom’s Up (Atlantic, 1989)
  • Petite Blonde (com Dennis Chambers, Mitch Forman, Chuck Loeb, e Bill Evans) (1992)
  • Low Blow (Zebra, 1999)
  • That’s Right! (ESC, 2001)
  • Electric (com Larry Coryell e Lenny White) (Chesky, 2005)
  • Traffic (com Larry
  • Coryell e Lenny White) (2006)
  • Slippin’ ‘n’ Trippin’ (2010)

Jeff Berlin

Jeff Berlin nasceu em Queens, Nova York, em 17 de janeiro de 1953. Ele estudou violino durante dez anos até os 14, quando se inspirou a tocar baixo após ver os Beatles. Berlin frequentou o Berklee College of Music para estudar o baixo. Chamou atenção internacional pela primeira vez em 1977 quando foi escolhido pelo músico britânico Bill Bruford para seu álbum de estreia, Feels Good to Me. Seu companheiro de banda foi o guitarrista Allan Holdsworth, que também tocou em seu álbum de 1983 da Warner Brothers, Road Games. Em 30 de agosto de 2013, Berlin casou-se com Gabriela Sinagra, uma cantora de jazz e treinadora vocal de Rosario, Argentina.

Discografia solo:

  • Champion (Passport Jazz, 1985)
  • Pump It! (Passport Jazz, 1986)
  • Taking Notes (Denon, 1997)
  • Crossroads (Denon, 1998)
  • Star Licks Master Sessions: Jeff Berlin (Star Licks Productions, VHS, 2000)
  • In Harmony’s Way (M.A.J. Records, múltiplos relançamentos, 2000)
  • Lumpy Jazz (M.A.J., 2004)
  • Aneurythms/Ace of Bass (M.A.J., 2006)
  • Mel Bay Jeff Berlin-Bass Logic from the Players School of Music (Mel Bay Publications, 2006)
  • High Standards (King Japan / M.A.J., 2010)
  • Low Standards (Random Act, 2013)

Carles Benavent

Carles Benavent nasceu no bairro do Poble Sec, em Barcelona. Começou a tocar baixo aos treze anos, atraído pelo blues e pelo rock, especialmente por Jimi Hendrix. Um baixista de jazz totalmente autodidata, fundou o grupo “Música Urbana”, com o qual gravou dois discos. Ele criou um estilo único de tocar baixo elétrico “Estilo flamenco”, usando a palheta para criar um tipo especial de alzapúa (técnica de dedilhar as cordas com o dedo e a palheta). Seu instrumento preferido é o baixo sem trastes, e ele é considerado um dos pioneiros do baixo sem trastes na música flamenca. Uma das peças que primeiro mostrou seu estilo foi seu dueto com Paco de Lucía no álbum Solo Quiero Caminar, de Paco, chamado “Monasterio De Sal” (Colombiana). No mesmo álbum, seu uso de harmônicos e ritmo na faixa “Chanela” (Rumba) são reminiscentes do grande baixista de jazz Jaco Pastorius. Benavent é procurado por uma longa lista de artistas como Chick Corea, Miles Davis e Paco de Lucía, com quem gravou “Paco de Lucía interpreta a Manuel de Falla”. Desde então, a interação entre os dois músicos tem sido consistente e frutífera, tendo tocado juntos por 25 anos.

Discografia recomendada:

  • Màquina! – En Directo (1972)
  • Música Urbana – Música Urbana (1976)
  • Música Urbana – Iberia (1978)
  • Paco de Lucía Sextet – Sólo quiero caminar (1981)
  • Chick Corea – Touchstone (1982)
  • Chick Corea – Again and Again (1983)
  • Camarón de la Isla – Calle Real (1983)
  • Camarón de la Isla – Viviré (1984)
  • Paco de Lucía Sextet – Live… One Summer Night (1984)
  • Camarón de la Isla – Soy Gitano (1989)
  • Carmen Linares – La luna en el río (1991)
  • Camarón de la Isla – Potro de Rabia y Miel (1992)
  • Paco de Lucía Sextet – Live in América (1993)
  • Diego Carrasco – Voz de referencia (1993)
  • Nguyen Le Trio – Bakida (2000)
  • Carles Benavent & Josemi Carmona – Sumando (2006)
  • Chick Corea – The Ultimate Adventure (2006)
  • Quartet (2009, bebyne records)
  • Un, Dos, Tres… (2011, bebyne records)
  • Iñaki Sandoval – Electric Trio Live (bebyne records, 2015)

Esses baixistas não só definiram o papel do baixo no jazz, mas também ampliaram suas fronteiras, tornando o instrumento essencial em diversos estilos musicais. Suas contribuições influenciaram inúmeras gerações de músicos e continuam a inspirar baixistas ao redor do mundo. Cada um deles trouxe uma abordagem única ao baixo, elevando o instrumento de um mero suporte rítmico para uma voz protagonista e expressiva dentro do jazz. Ao explorar suas discografias, é possível compreender melhor como cada um moldou o som do jazz e deixou um legado que perdura até hoje.

Quais são as características que definem um baixista de jazz excepcional?

O papel do baixista no jazz é fundamental, pois ele não apenas fornece a base rítmica, mas também contribui para a harmonia e a dinâmica do grupo. Os melhores baixistas de jazz possuem habilidades técnicas excepcionais, uma profunda compreensão da música e uma capacidade única de improvisação. Neste artigo, vamos explorar as principais características que definem um baixista de jazz excepcional.

Habilidade Técnica

Um baixista de jazz deve ter um domínio técnico sólido sobre seu instrumento, seja o contrabaixo acústico ou o baixo elétrico. Isso inclui:

  • Técnica de Execução: A capacidade de tocar com precisão e fluidez é essencial. Isso envolve o uso adequado dos dedos, arco (no caso do contrabaixo) e técnicas como slap e pizzicato (no baixo elétrico).
  • Escalas e Arpejos: Um bom baixista deve conhecer bem as escalas e arpejos, permitindo que ele crie linhas melódicas e harmônicas que se encaixem nas progressões de acordes da música.
  • Ritmo: A habilidade de manter um tempo constante e de se adaptar a diferentes padrões rítmicos é crucial. O swing, uma característica fundamental do jazz, exige um senso rítmico apurado.

Improvisação

A improvisação é uma das características mais importantes do jazz. Um baixista excepcional deve ser capaz de:

  • Criar Linhas Melódicas: Durante solos ou acompanhamentos, o baixista precisa improvisar linhas que complementem os outros instrumentos, mantendo a coesão musical.
  • Ler a Música: A capacidade de ler e interpretar partituras rapidamente é vital, especialmente em situações ao vivo onde a música pode mudar inesperadamente.
  • Reagir aos Outros Músicos: Um bom baixista deve estar atento aos outros membros da banda, respondendo às suas ideias e criando um diálogo musical dinâmico.

Compreensão Harmônica

Os baixistas de jazz devem ter um entendimento profundo da harmonia. Isso inclui:

  • Conhecimento de Acordes: Um baixista deve saber quais acordes estão sendo tocados para poder construir linhas de baixo que suportem a estrutura harmônica da música.
  • Progressões Harmônicas: A capacidade de reconhecer e aplicar diferentes progressões harmônicas é essencial para criar linhas que sejam tanto interessantes quanto funcionais.

Criatividade

A criatividade é uma característica essencial para qualquer músico de jazz, especialmente para os baixistas. Eles devem ser capazes de:

  • Inovar nas Linhas de Baixo: Criar linhas que não apenas sustentem a música, mas que também ofereçam novas ideias melódicas e rítmicas.
  • Misturar Estilos: Muitos dos melhores baixistas incorporam influências de outros gêneros musicais, como funk, soul ou música clássica, em suas interpretações.

Sensibilidade Musical

Um baixista excepcional deve ter uma sensibilidade aguçada para a música. Isso envolve:

  • Escuta Atenta: A capacidade de ouvir não apenas o que está sendo tocado, mas também o que não está sendo tocado é crucial. Isso permite que o baixista faça escolhas informadas sobre como contribuir para a música.
  • Empatia Musical: Um bom baixista deve ser capaz de sentir o clima da performance e ajustar seu estilo para se adequar ao ambiente musical.

Colaboração

O jazz é uma forma musical colaborativa, e os melhores baixistas são aqueles que sabem trabalhar bem em equipe. Isso inclui:

  • Apoio aos Solistas: O baixista deve fornecer uma base sólida para os solistas se destacarem, criando um espaço onde eles possam brilhar sem perder a estrutura da música.
  • Interação com Outros Músicos: A habilidade de se comunicar musicalmente com outros músicos durante uma performance é vital para criar um som coeso e dinâmico.

Versatilidade

Um baixista excepcional deve ser versátil o suficiente para tocar em diferentes estilos dentro do jazz e até mesmo em outros gêneros musicais. Isso envolve:

  • Adaptação a Diferentes Formações: Desde pequenos grupos até grandes orquestras, um bom baixista deve ser capaz de se adaptar ao contexto musical específico.
  • Variedade no Repertório: Conhecer uma ampla gama de músicas e estilos permite que o baixista se torne um músico mais completo e procurado.

1 comment on “Melhores baixistas de jazz de todos os tempos: breve biografia, discos para ouvir

  1. Márcio Chagas

    Fiquei empolgado ao incluirem Carles Benavent na lista. Acho um dos baixistas mais originais e subestimados de todos os tempos. Porém, senti falta de Charnett Moffett, um dos mais inventivos da geração 80.

    De todo modo, parabéns pela excelente matéria,

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